27. April 2008

Jovem tem saudade?


JOVEM TEM SAUDADE?

Artur da Távola

A juventude de hoje vive um processo inusitado na história: tem saudades daquilo que não conheceu nem viveu, mas sabe como foi e curte. Por quê?

De início, porque vive um quotidiano de grande mutação, que a nada fixa, consolida ou solidifica. Tudo é provisório, do bem de consumo à moradia e ao casamento. Certa necessidade de solidez, pelo menos no que é básico na vida, é importante para o jovem. Protege-o. E o que permaneceu a despeito de mudanças é algo sólido, feito de um material que aplaca no jovem o medo inconsciente ou consciente da transitoriedade e provisoriedade que o cercam.

Também, porque o jovem tem muito presente o nível de agressão e ameaça dos tempos atuais. Como quem adivinha caminhos mais seguros e menos ameaçadores, ele procura em temas do passado alguns conteúdos pacificadores hoje distantes. O jovem percebe a existência - em décadas anteriores - de sentimentos, maneiras de ser, formas de expressar, vivências. Ele percebe que eram tempos de menos loucura, doença, agressão, tensão, terror.

São, portanto, duas formas de saudade diferentes da saudade tradicional, digamos, aquela que se sente por pessoas, músicas, tempos vividos.

Há também, contemporaneamente, uma terceira forma de saudade. A que eu chamo de saudade do recente. É tal a rapidez da mudança e a vertiginosidade do processo de transformação que nos atinge, que vivências recentes ficam logo sepultadas pela avalancha de novidades inerentes ao sistema industrial, sempre a exigir substituições permanentes de tudo. Assim, o que vivemos recentemente fica parecendo tão distante e longínquo como o vivido há muito, muito tempo. Mesmo uma geração ainda jovem já pode ter essa forma de saudade. Com a rapidez da mudança, de alguns anos para cá, há mais coisas sepultadas do que o ocorrido, gasto, feito, acontecido, usado, há quatro ou cinco décadas.

Haveria uma quarta forma de saudade. Chamo-a de "saudade pelo não-vivido". Há vivências, sofrências, pungências, sentimentos, impulsos, momentos adivinhados, absolutamente reais pra a nossa sensibilidade, só que jamais vividos na realidade externa. É a saudade do não-vivido, do apenas adivinhado na vastidão mutante e cortada de ventos imaginosos da sensibilidade humana.

A título de contribuição BrasilAlemanha/Neues: Esta "saudade pelo não-vivido" de que fala Artur da Távola é expressa de forma magistral por Mário Quintana na sua poesia "O mapa":
.....
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
.....

Fonte: Artur da Távola
Site: www.arturdatavola.com






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13. April 2008

Ida Corr vs Fedde Le Grand

"Let me think about it" - Música muito massa, tocando direto nas rádios...

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12. April 2008

Russian Red


Você vai curtir muito... este será um dos melhores álbuns deste ano. Com o primeiro álbum intitulado "I love your glasses", esta espanhola de 24 anos com voz melancólica vai embalar você neste fim de semana chuvoso. Confira no site dela :)

http://www.myspace.com/russianready

7. April 2008

Qual a maior palavra do mundo?

A maior palavra do mundo não existe!

Veja porquê : na língua alemã, por exemplo, os adjetivos e complementos unem-se aos substantivos, formando uma única palavra para designar um termo.
Então, por maior que seja a descrição de determinado objeto (e conseqüentemente o tamanho da palavra), ela ainda poderá crescer mais, e mais, e mais.
Segundo Maria Telles, assistente do Departamento de Ensino do Instituto Goethe, existe uma anedota, que diz ser a maior palavra do mundo "donaudampfschifffahrtsgesellschaftkapitänskajütentürschlüsselanhänger" - o que equivaleria a "chaveiro da chave da porta da cabine do capitão da Companhia de Navegação dos Barcos à Vapor do Danúbio".
Mas e se o chaveiro fosse azul com bolinhas amarelas?

via: blog-das-curiosidades.blogspot.com